Marina Silva empata com Serra no Rio de Janeiro.

Na reta final da disputa nacional, a preferência eleitoral do Rio de Janeiro começa a destoar do restante do país. Os dados da última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, mostram a candidata do PV à Presidência, Marina Silva, empatada com José Serra, do PSDB, que têm, respectivamente, 22% e 23% das intenções de voto no estado.

Na capital, a verde já ultrapassou o tucano. Tem 24% contra 21%. Para especialistas, o crescimento de Marina indica uma certa tradição do Rio por candidatos que, nacionalmente, ainda não caíram no gosto dos eleitores. Eles não acreditam em viradas, já que a candidata do PT, Dilma Rousseff, tem 45% no estado, mas concordam que os dados têm lastro histórico.

Em 2002, quando o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva já tinha a preferência nacional dos eleitores, no Rio o ex-governador Anthony Garotinho venceu o petista nas urnas no primeiro turno (42% a 41%). Quatro anos depois, mesmo com a vitória de Lula no estado, a candidata do PSOL, Heloísa Helena, obteve no Rio o maior percentual de votos: 17%, e ficou em terceiro lugar. O índice superou, inclusive, sua votação em Alagoas (13%), base eleitoral da candidata.

Pelo Datafolha, a intenção de voto em Marina no Rio subiu dez pontos percentuais em relação a julho. Com isso, seu patamar está nove pontos acima da sua média nacional, que é de 13%. José Serra, por outro lado, perdeu oito pontos de julho a setembro. Caiu de 31% no Rio para 23%, e está cinco pontos abaixo de sua média nacional, que é de 28%, segundo o instituto de pesquisa.

Professor e cientista político da UFRJ, Paulo Baía diz que o Rio tem tradicionalmente um comportamento de oposição à tendência nacional. Em 1989, por exemplo, Leonel Brizola venceu no Rio contra Collor, que tinha maioria no país.

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